Ano passado resolvi fazer um agrado para minha esposa. Tadinha, depois de anos sem ganhar  um presentinho e trabalhando full-time como empregada lá em casa (ganhando o salário em “bananas”), eu achei que ela merecia algo material. Liguei pra uma amiga e pedi uma sugestão:
    - Fala, Avelina, aqui é o Eduárdson, tudo bem? Ahn, maravilha. Escuta, tô pensando em dar um presente de natal pra Inaírdes. Pois é, a pobrezinha merece.  Preciso de idéias, você pode me ajudar? Tudo bem. Te encontro lá então. Obrigado,  tchau.
Marcamos um encontro num shopping da cidade. Aí começou o suplício. Bom, ninguém me mandou comprar presente de natal de última hora...
No dia combinado cheguei um pouco mais cedo ao local, pois meu expediente acabara antes do horário normal. Rodei por algumas lojas e não vi nada de mais. O shopping estava bastante cheio, e 90% da lotação era feminina. Vocês imaginam o nível de barulho, não é? Pior que isso, havia muitas crianças também. E elas choravam muito.
É engraçado. Shopping só é legal para os homens até os 10 anos. Seus pais não agüentam mais você reclamando para ir embora e acabam liberando a grana para o fliperama. Você compra várias fichas (se bem que hoje em dia é tudo cartão) e fica quieto se divertindo.
Avelina chegou e me levou pra uma loja chamada “A Fazenda”, na qual ela achava que encontraríamos o presente certo. Meus amigos... Eu nunca vi aquilo! Sem brincadeira, parecia que 100% dos 90% que eram mulheres no shopping estava naquela loja. Elas andavam e corriam de um lado para o outro procurando a roupa perfeita, e quase se estapeavam quando duas ou mais pegavam a mesma peça, a última daquele modelo na loja. Minha amiga me levou pra perto de um conjunto de cabides e começou a me mostrar as roupas. Ela me perguntou se eu gostava de alguma. Eu disse que não entendia nada de roupa de mulher, e ia falar que preferia quando Inaírdes estava nua, mas achei melhor ficar quieto.
Fomos para outro conjunto e vi mais roupas. Surpresa: as roupas eram exatamente as mesmas, só mudava a cor. Era um conjunto de cabides com roupas de cor branca, um de verdes, azuis, vermelhas, laranjas... Muito original! Pedi pra Avelina escolher algo e fui pra fora da loja, afinal, o calor estava infernal lá dentro. Depois de um tempinho ela saiu de mãos vazias e me disse que havia uma outra loja tão boa quanto aquela (!!!). Não restava nada a fazer a não ser concordar e ir.
Chegamos numa loja que estava mais vazia, chamada "H-Pê". Olhei para os lados e vi a mesma estrutura da outra loja: conjuntos de cabides, com roupas iguais, mas com cores diferentes. Muito original de novo... Avelina começou a me mostrar uma por uma. Eu, já meio sem paciência, escolhi uma blusa preta que achei menos modernosa e decidi comprá-la. Compra feita, hora de ir pra casa entregar o presente.
Inaírdes abriu a porta e viu a sacola na minha mão. Nem imaginou que fosse um presente pra ela. Finalmente eu disse:
    - Feliz natal, querida!
Ela mal acreditou, achou que fosse pegadinha! Me encheu de beijos e pegou o presente. Rasgou o embrulho de uma só vez, e estendeu a blusa nas mãos. Alternou o olhar entre mim e a blusa umas 15 vezes, guardou a mesma no armário e me agradeceu, fria como um iglu.
Pelo amor de Deus! A gente faz de tudo pra agradar as mulheres e é assim que elas nos retribuem? Mal sabe Inaírdes a aventura que foi comprar aquela maldita blusa!!! Realmente... As mulheres são muito complicadas!
Mas eu não vivo sem elas...
...afinal, se elas não existissem, quem iria cozinhar, lavar e passar pra nós?
E EM QUEM DISTRIBUIRÍAMOS NOSSAS DOSES DIÁRIAS DE BOLACHAS?
segunda-feira, 30 de abril de 2007
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